Quando eu morrer
não quero ninguém no meu enterro, não quero discursos muito menos dizeres que
amenizem o que realmente fui.
Não quero que
digam:
- Morreu ai um bom homem, trabalhador, Pai de
família, não quero nem preciso dessa mesquinhez, quero apenas o que mereço; a
verdade.
Digam: -
Morrera ai um
homem, sem valor algum, um ébrio nas horas vagas, um farrapo que não lutou pela
própria vida, um homem que conheceu o amor, mas que nunca soube expressá-lo.
Um infeliz que
por felicidade nada teve; uma família desfeita, e o que dizer da embriaguez dos
últimos dias?
Um homem que por
merecimento deveria ser enxovalhado todos os dias, um homem sem adjetivos que
possam nomeá-los um ser desprezível e desprazível, um amontoado de complexos
invisíveis, um ser que não merecia nem o ar que respirou.
O que dizer
então o que fizera ao filho?
Nunca o abraçou,
nunca o beijou nunca lhe dissera o quanto era importante, e por mais que tenha
feito isto pouco fora para lhe confortar, para realmente expressar o que
sentia.
Verdade que o
filho também se afastara e nunca se pode afirmar quem se afastara primeiro...
Restou-lhe
apenas a consciência que bate cobra, mas nada oferece em troca. Ficou esse
dissabor perene uma vida toda de desventuras, um magoar sem fim aos corações
alheios já que o seu nunca existiu.
O que dizer da
namorada, ficou a esperar uma mudança que nunca viera, rezou, orou, permaneceu
enquanto pode ao seu lado, mas como ajudar quem já não quer ajuda? Como fazer
viver quem já não tem vida?
Todos podem
dizer e dirão que ainda assim não tinha ele motivos para tanto, mas só ele, seu
quarto e suas paredes sabiam e comungavam do mesmo mal.
Portanto antes
de julgar, como o é mais fácil e conveniente, vejam vocês os erros que cometem
as pequenas discussões diárias que somadas enfadonha qualquer relação, os
beijos não dados, os abraços não apertados, vigiai!!!
Pois o que mata
o homem não é o que não se tem, mas sim o que se tem e não se conserva; o Amor.