Celebrar o que nesta contemporaneidade?
Os pés descalços as barrigas vazias?
Queria ver as retinas e não mais enxergar fome, cansaço, desesperança
A singularidade deveria ser menor
A pluralidade é mais densa, porém disforme
Vislumbrar os protocolos lindos em papeis timbrados
E a vida que anseia vida acordos em desacordo
Favorecendo igualdades desiguais
Batendo a porta somente a urna eletrônica
O voto expressa antes da vontade a necessidade de um povo
Café, pão e leite
Camisetas propaganda, providenciais descamisados
Alienação enraizada perpétua
Políticos hipnotizadores vorazes
E a repressão maior se dá na fome
Pois quem na fraqueza consegue pensar?
Fica difícil juntar os pedaços
Quando nunca se teve o todo
Do muito que se faz necessário
Destinam-nos apenas o pouco
O inconformismo que conforma e cega
Sem entender o conceito de saciedade
Viver pra trabalhar somente
Trabalhar pra comer apenas
A paz de um homem injustamente medida,
No seu suor...