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  • um estranho no ninho

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Talvez


Talvez eu nem seja um bom filho
Quiçá eu nem seja um bom pai
Queria expressar-me, mas falta-me agora o fôlego.
Este lápis e papel cansaram-se das minhas queixas
E já nem sei se tudo isso importa ou faz sentido
Posto em mim esta angustia seja latente
Mesmo meu tudo, pouco me parece.
E os dias que se arrastam até alta noite
O escuro me é dez vezes mais sombrio
A prata da lua é pouca, semi- luz em minha estrada.
E esta obsessão em ficar-se ébrio
Machuca mais do que comove
E esta suposta força e coragem
Nem sei se me pertenceram algum dia
Porque falar me é difícil?
Esse nó na garganta de longa data
Não sei quem atou nem sei se desata
Intenção boa, ação contrária.
E nunca quis que entendessem...
Somente compreensão!
Acho justa paga por meu doloroso passado
Não é vitimizar meu ser
Apenas tento explicar o inexplicável
O que possuo na vida realmente é meu?
Caridade ou merecimento?
A resposta virá quando a pergunta certa for feita...
Disseram-me...
E entre tantas cores pra pintar, só o cinza me abraça

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