Desajeitado meu jeito
quase sem jeito
Cambaleando, tropeçando
Cada dia um tapa a mais
A cada tapa a incerteza
No peito a mesma dor
O amor passou
Meu coração; solo
infértil
Traduz toda essa
contemporaneidade
Nos cantos da cidade
meu canto não ecoa
Viajante sem destino
A vela que o vento leva
Em cada rua uma
corredeira
Que deságua só nesse
oceano em meu peito
Na cidade fantasma, sou
eu o único espectro
Sombra sem luz
E a perfeita
imperfeição das palavras que profiro
Sutilmente inútil
Solidão provisória,
permanece permanente
Minha pior fase, vivida
todo dia
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