Não sei por que tenho me sentido assim, indiferente
comigo um tanto mais insípido que o habitual, pouca coisa tem me alegrado e
esse eterno embaraço que me abraça forte, sufocando-me, iludindo-me...
Talvez eu nunca saiba quem sou realmente ao passo de só
lembrar-me de quem gosto. Lembranças de mim que não tenho, uma enfermidade
perene em minha alma, uma dor taciturna, cicatrizes que só revolvem o demasiado
desespero, o grito silenciado, o rolar na cama em longa noite, os minutos que
passaram e os que estão porvir, iguais na mesma invisibilidade, a sombra
reduzida por ser o ser já tão pequeno...
Uma luta contra e não pela vida, um riso débil e gélido igualmente
o coração, penso que seja a amargura minha essência já tão insignificante, o
sono invertido, pois de dia pareço ainda pior, uma falta do que não sei, uma
busca incessante pelo desconhecido e as poucas palavras que anoto não são
capazes de registrar o que realmente sou ou sinto...
Nem sei por que demasiado teimosia tenho em tentar garatujar
pensamentos tão tortuosos ao passo que me perco sempre mais um pouco quando
tento me encontrar um pouco mais, sinto que esta teimosia seja a irmã perfeita
da minha ignorância e esta imperfeição em meus atos e a empresa de minha vida
covarde não pede falência...
Mas sei que entre essas reticências está meu sentido e
que ainda não consegui descrever...
Nenhum comentário:
Postar um comentário