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  • um estranho no ninho

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


Não sei por que tenho me sentido assim, indiferente comigo um tanto mais insípido que o habitual, pouca coisa tem me alegrado e esse eterno embaraço que me abraça forte, sufocando-me, iludindo-me...
Talvez eu nunca saiba quem sou realmente ao passo de só lembrar-me de quem gosto. Lembranças de mim que não tenho, uma enfermidade perene em minha alma, uma dor taciturna, cicatrizes que só revolvem o demasiado desespero, o grito silenciado, o rolar na cama em longa noite, os minutos que passaram e os que estão porvir, iguais na mesma invisibilidade, a sombra reduzida por ser o ser já tão pequeno...
Uma luta contra e não pela vida, um riso débil e gélido igualmente o coração, penso que seja a amargura minha essência já tão insignificante, o sono invertido, pois de dia pareço ainda pior, uma falta do que não sei, uma busca incessante pelo desconhecido e as poucas palavras que anoto não são capazes de registrar o que realmente sou ou sinto...
Nem sei por que demasiado teimosia tenho em tentar garatujar pensamentos tão tortuosos ao passo que me perco sempre mais um pouco quando tento me encontrar um pouco mais, sinto que esta teimosia seja a irmã perfeita da minha ignorância e esta imperfeição em meus atos e a empresa de minha vida covarde não pede falência...
Mas sei que entre essas reticências está meu sentido e que ainda não consegui descrever...

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