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  • um estranho no ninho

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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Aquoso

Aquoso
Eu, coadjuvante de mim
Esperando a chuva cair
Mirando o tempo passar

Iludindo meu reflexo ante o ohlepseespelho
Contando os minutos; solitários iguais a mim
Passando o dedo na borda do copo

Na fumaça teu semblante
Na memoria tua imagem; esse arsenal de coisas boas

E , esse boato feito bruma, bucólico
Da sua volta em mim
Meu sentimento cabalístico nem sei se cabe
Ao cabo desta solidão cabal

O amor; a mim antípoda
Felicidade apoucada
Angústia aprumada
E essa dor aquietante

Cidade

Nem vicio nem virtude
Que me eleve ou cure
Os doutores sem diploma
Pelas marquises da cidade

Os diplomados por conhecimento
Conhecem onde machucar

Da janela do prédio a criança avista
Seu reflexo adornado em pesadelo
Os pés descalços o solo quente
A mão pequenina estendida
O corpo fino, a fome larga
A inocência perdida
No colorido cinza da cidade...
Assim como me é forçada essa sobriedade de minha meia idade

Resta esta fragmentação da minha infância;onde

O cheiro e as cores na memória

Me levam a crer que a sofreguidão

Inerente a adolescência, volta invertida

Quando cruzamos metade da nossa reta...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Encaixe

Eu simplesmente não me encaixo
O mundo é redondo e eu um tanto abstrato
Quando todos estão indo eu estou voltando
Para novas perguntas, velhas respostas
O sol pra secar minhas lagrimas a chuva pra molhar a alma
A dor pra me deixar forte, a tristeza a me alegrar
A escuridão pra me iluminar
Me encontrar pra poder me perder
Fechar os olhos pra melhor ouvir
Sentir, saber
Pesando meu pesar, meu saldo solidão
O tato que nunca tive
O jeito sempre sem jeito
O olhar perdido em meus castanhos olhos
A voz muda, presa em meu âmago
Pés e mãos atados...
E no peito não mais um coração
Sentimento invertido
Amor convertido em dor apenas...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Swenney

Deixe-me escrever
Já que não sei cantar
Já que não sei falar
Já que não sei pintar
Já que não sei atuar

Mas trago nas letras meu timbre
Trago simples fonemas
Trago as cores primárias
Enceno minha vida em minhas letras

Na certeza de bem encenar
O musical mais singelo
A oratória maior
Em meus léxicos, minhas telas
E no peito Amor
E a vida tão trágica ( quanto a morte)

Poema de Natal

E meu cansaço vencera meu choro
Minha esperança minha espera venceu
Papai noel nada me dera
Senão a solidão que eu já tinha
E todo meu romantismo preso em meu peito
E o mundo
Ah!!! O mundo, já não é mais o mesmo
A segurança está com quem não arrisca
E não que seja covardia minha
Apenas um modo de tentar viver sem dor...
Tudo está ao avesso, mas ainda tenho tempo
E é o que me resta...
E a saudade feito fome
Que ao comer já não sacio
Alimento somente o corpo
Posto a alma me seja insaciável

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cicuta

Esse barroco sombrio de minha catedral gótica

Seria de bom grado se me acalmasse a angustia

A lucidez é absurdamente imoral

Amores infelizes impedem a locomoção

Meu amor infante, minha dor infame

E no peito a saudade que tal qual brisa

Atua nesse teatro de horrores

Suposições despertam interesses

Pela vida, pelo amor, pela dor

Qualquer dia igual ao outro

A decadência brinda-nos; vinho tinto

Esse monstro branco, pálido, ainda vive

Permeia meus sonhos; sentimentos tristes

Palavras cheias de adereços, destruídas no incêndio da alma

Viagem turva só de ida

O velho abismo revivido sempre que digo seu nome

Por que me feristes se não me curarias?

O terror e o temor em meu peito

Faço da luz escuridão

Sublimando amor em dor

Flor d’alma em meu peito confessional

O divorcio da vida; um gole de cicuta