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  • um estranho no ninho

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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Todo dia



Desajeitado meu jeito quase sem jeito
Cambaleando, tropeçando
Cada dia um tapa a mais
A cada tapa a incerteza
No peito a mesma dor
O amor passou
Meu coração; solo infértil
Traduz toda essa contemporaneidade
Nos cantos da cidade meu canto não ecoa
Viajante sem destino
A vela que o vento leva
Em cada rua uma corredeira
Que deságua só nesse oceano em meu peito
Na cidade fantasma, sou eu o único espectro
Sombra sem luz
E a perfeita imperfeição das palavras que profiro
Sutilmente inútil
Solidão provisória, permanece permanente
Minha pior fase, vivida todo dia

domingo, 13 de maio de 2012

Arco-íris
Este arco-íris gris e negro
Incrustado em mim pela vida
Que jocosamente me irrita
Propaga impropérios cênicos
Atos tiranos, sádicos
Esse ar ao meu redor esfumaçado
A esperança viva por teimosia
Sem maior explicação
Minha revolta sem bandeira
Minha bandeira; nação de um só corpo
Os pensamentos bons engolidos vorazmente...
A mão que a mim nunca se estende
Do braço de quem espero
Este sufoco que mata mais me deixando vivo
Todo dia um suplício
Penitencia acordar
Vislumbrar não mais que o nada
Que sempre permeou minha existência
A alegria não me cabe
Por querer tão pouco e não
Merecer nada...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Talvez


Talvez eu nem seja um bom filho
Quiçá eu nem seja um bom pai
Queria expressar-me, mas falta-me agora o fôlego.
Este lápis e papel cansaram-se das minhas queixas
E já nem sei se tudo isso importa ou faz sentido
Posto em mim esta angustia seja latente
Mesmo meu tudo, pouco me parece.
E os dias que se arrastam até alta noite
O escuro me é dez vezes mais sombrio
A prata da lua é pouca, semi- luz em minha estrada.
E esta obsessão em ficar-se ébrio
Machuca mais do que comove
E esta suposta força e coragem
Nem sei se me pertenceram algum dia
Porque falar me é difícil?
Esse nó na garganta de longa data
Não sei quem atou nem sei se desata
Intenção boa, ação contrária.
E nunca quis que entendessem...
Somente compreensão!
Acho justa paga por meu doloroso passado
Não é vitimizar meu ser
Apenas tento explicar o inexplicável
O que possuo na vida realmente é meu?
Caridade ou merecimento?
A resposta virá quando a pergunta certa for feita...
Disseram-me...
E entre tantas cores pra pintar, só o cinza me abraça

O VÂO

O vão que não passa um corpo
O vão no corpo que não fecha
O vão na boca que não fala
 O vão da janela que se abre
O vão da cortina que se fecha
O vão por onde entra a luz
O vão por onde sai o som
O vão por onde entra o pensamento
O vão por onde sai à ação
 O vão por onde escapa a lagrima
O vão por onde entra a espada
O vão na mão por onde passa a água
O vão no teto por onde sai a fumaça
 O vão da porta aberta por onde sai o segredo
O vão em vão não passa
O vão a fresta a brecha
 No coração todo mundo tem
Um vão por onde entra o amor e sai à solidão
O vão no livro aberto em pagina qualquer
O drible grande no vão pequeno
O passo pequeno no vão gigante
O vão grande de criança
O pequeno vão de adulto
O vão certo pelo vão incerto
E que o vão do saber esteja sempre aberto
O vão da poesia e não do poeta
Do poeta esse vão aberto; incompleto.
O vão no braço da Vênus
O vão em vão não passa
O  vão de um pai; o filho fecha
O vão conducente o vão clemente
O vão do pecado original; incluindo todos nós no mesmo vão.
Em 33 linhas vãs, a tentativa de explicar meu vão.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

VIOLENCIA

Existe violência maior do que uma criança com fome? Existe agressão maior que as falácias de um governo que promove desigualdades sociais tão dissonantes? Acredito que não e talvez por não conseguir fazer muita coisa ante tudo isso a impotência tome conta do meu ser por diversas vezes ocasiões, ouvir noticiários que derramam sangue e depois dos crimes cometidos escutar da sociedade que a violência poderia ser minimizada, fere minha consciência por saber os reais motivos para que ela aconteça.

Violência não é apenas dor física, mas também é psicológica, violência é a impunidade da qual nossos políticos saem ilesos, violência é trabalhar e não poder comprar a tão sonhada e merecida bicicleta que seu filho quer, violência é não ter onde morar é plantar e não ter o que comer é ver seu filho não ter chances iguais em qualquer disputa que concorra, é perceber que um estado tão rico só contempla quem já tudo tem difícil enumerar em quantas categorias pode-se dividi-las ao passo que só se investiga seus motivos quando convém e contra quem fora cometida.

A violência está além do cano da arma apontado para você ela está muito mais profunda enraizada, está presente na falta de saneamento básico, na falta de atendimento médico digno, está na inocência roubada pelo trabalho infantil, está no olhar discriminatório lançado aos pés descalços às roupas sujas à cor da pele aos cabelos crespos, está no comprovante de residência e apesar de se fazer presente em todos os instantes do nosso cotidiano parece se fazer maior quando atinge a elite hipócrita que finge não saber que contribui efetivamente para que ela aconteça.

Triste é saber que fazemos tão pouco para repará-la olhando muitas vezes apenas para os nossos problemas esquecemos que somos seres sociais e que o coletivo deveria sobressair ao individual.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Celebrar?


Celebrar o que nesta contemporaneidade?

Os pés descalços as barrigas vazias?

Queria ver as retinas e não mais enxergar fome, cansaço, desesperança

A singularidade deveria ser menor

A pluralidade é mais densa, porém disforme

Vislumbrar os protocolos lindos em papeis timbrados

E a vida que anseia vida acordos em desacordo

Favorecendo igualdades desiguais

Batendo a porta somente a urna eletrônica

O voto expressa antes da vontade a necessidade de um povo

Café, pão e leite

Camisetas propaganda, providenciais descamisados

Alienação enraizada perpétua

Políticos hipnotizadores vorazes

E a repressão maior se dá na fome

Pois quem na fraqueza consegue pensar?

Fica difícil juntar os pedaços

Quando nunca se teve o todo

Do muito que se faz necessário

Destinam-nos apenas o pouco

O inconformismo que conforma e cega

Sem entender o conceito de saciedade

Viver pra trabalhar somente

Trabalhar pra comer apenas

A paz de um homem injustamente medida,

No seu suor...

Ode a minha Familia

Poesia cantada vem do mais profundo da alma,

A terra seca as mãos calejadas a lida ardua,

Nasci aqui na pauliceia desvairada, avarenta, luxuriosa

Mas em minhas veias, o mais puro sangue NORDESTINO,

CERARENSE, por devoção e encantamento

De meu AVÔ; sabedoria

De meu PAI; orgulho

DE minha AVÓ; amor

De minha MÃE não menos que tudo,

O esforço a luta a FORÇA!

A vocês um simples mas sincero muito OBRIGADO!